SENAI-RN e Guararapes lançam “Trilhando com fios”, com curso gratuito de costura na fábrica

O SENAI do Rio Grande do Norte e a indústria de confecções Guararapes lançaram, nesta quarta-feira (19), o projeto “Trilhando com fios”, que vai capacitar 600 pessoas para atuação na costura industrial.

A iniciativa será desenvolvida com o apoio do Instituto Riachuelo e prevê a formação de 20 turmas, distribuídas em diferentes ciclos de capacitação. O curso será oferecido à população de forma gratuita.

As primeiras turmas terão início segunda-feira (24) com um total esperado de 180 participantes. 

Uma pré-seleção para 100 dessas vagas foi realizada pela Guararapes. As 80 restantes serão preenchidas por meio de processo seletivo do SENAI.

Inscrições
As inscrições para participação no processo estarão abertas nesta quinta (20) e sexta-feira (21), das 08h às 19h, na fábrica (localizada na BR-101, Jardim Progresso, Natal). 

Podem se candidatar homens e mulheres com, no mínimo, 18 anos e Ensino Fundamental completo. 

Documento de identidade com foto (RG com CPF ou Carteira de Habilitação) e comprovante de escolaridade são os documentos exigidos. No local, também será realizada entrevista. 

O resultado final da seleção será divulgado ainda na sexta, dia 21, por meio do WhatsApp informado pelo/a candidato/a. 

As aulas serão realizadas, de segunda a sexta, na Guararapes, com carga horária de 160 horas - o equivalente a aproximadamente dois meses de formação.

A previsão é que, em abril e junho, novas seleções sejam anunciadas, com as 420 vagas remanescentes.

Além da bolsa de estudos, as pessoas participantes terão direito a deslocamento no ônibus da Guararapes, com rotas definidas pela indústria, e a almoço fornecido na fábrica, durante o período de formação.

Os/as concluintes da capacitação também passarão a compor o “Banco de Talentos” da Guararapes para possíveis oportunidades de trabalho. 

Qualificação
A coordenadora de gente da empresa, Sara Monte, observa que “ter mão de obra qualificada para suportar o crescimento da indústria é o desafio”.

“Hoje, nós somos a maior indústria de confecção da América Latina, produzimos cerca de 40 milhões de peças por ano e essas peças abastecem a nossa operação de varejo, as lojas Riachuelo”, diz ela. “A gente tem a ambição, o desafio de ampliar essa produção. Mas, para isso, precisamos de mão de obra qualificada”, acrescenta. 

Um projeto como esse, complementa ela, abre a possibilidade de formar profissionais do zero, para que consigam buscar uma inserção imediata no mercado de trabalho. “Então existe todo um cunho social nessa iniciativa, que de fato faz com que o entorno cresça, a comunidade cresça com oportunidades de emprego”, frisa a coordenadora. 

“Nós temos as pessoas que são diretamente impactadas, mas também as famílias delas e toda uma rede que se alimenta disso, então é um trabalho que realmente amplia as oportunidades e para a gente, da indústria, é fundamental”, diz ainda.

Amora Vieira, diretora do SENAI Clóvis Motta, unidade operacional do SENAI-RN que conduzirá a capacitação, explica que o projeto está alinhado a estratégias para reforçar a atuação da instituição junto às comunidades com potencial interesse na área.

“Além de ouvir o que a indústria tem de demanda, nós vamos para campo, fazer com que a população perceba a oportunidade que se apresenta em uma qualificação profissional para a indústria potiguar no segmento de confecção”, diz a executiva. “A indústria nos apontou que há uma demanda significativa que precisa ser formada neste ano e o resultado é essa jornada que estamos iniciando para formar profissionais em costura industrial”.

Nesta quarta-feira, integrantes da equipe do SENAI estiveram na Guararapes para matrícula das pessoas que a indústria pré-selecionou para o projeto.

A manicure Lucila Ferreira, 25, que mora e trabalha por conta própria no município de Ceará Mirim, conta que vai participar pensando no aprendizado e também na possibilidade de emprego formal. “Eu hoje trabalho na área da casa da minha mãe e sem carteira assinada. Quero me estruturar mais, aprender outras coisas e trabalhar”.

Juciane Paulino, 39, de Natal, também tem expectativa de conquistar uma oportunidade. “Eu já trabalhei no Centro de Distribuição da Riachuelo como auxiliar. Não sei costurar, mas quero aprender para trabalhar na fábrica ou por conta própria”, planeja. 

O curso de costureiro industrial inclui conteúdos ligados a relações socioprofissionais, cidadania e ética, além de conhecimentos práticos introdutórios, contemplando, por exemplo, costura em tecido plano e malha, confecção de camisa, camiseta e peças femininas.  

“O SENAI está trazendo a formação para dentro da fábrica e as pessoas que iremos formar estarão prontas para o mercado. O treinamento será realizado com a metodologia e as máquinas da indústria”, diz a coordenadora de educação do SENAI em Natal, Marcela Duarte.