Para organizar a vida financeira é necessário comprometimento e mudança de postura em relação às finanças. Nem sempre é rápido se livrar das dívidas, mas com um bom planejamento é possível encerrar o ciclo de endividamento.
A falta de planejamento financeiro é um dos grandes responsáveis pelo alto índice de inadimplência no país. De acordo com o último Mapa de Inadimplência e Renegociação de Dívidas do Serasa, o Brasil atingiu 73 milhões de famílias endividadas, um total de 45,12% de inadimplentes somando todos os estados brasileiros. No Nordeste, Pernambuco dispõe do maior percentual populacional de inadimplentes, 46,97%. Confira a lista.
O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Anhanguera, José Eduardo, ressalta que sanar dívidas requer determinação. “Em linhas gerais, a pessoa se torna inadimplente por manter o padrão de consumo e gastos acima de suas capacidades financeiras. Obviamente, existem exceções como gastos inesperados com doença, família etc., mas em todos os casos, cuidar das contas e honrar seus compromissos é essencial”, explica o docente.
José alerta, que nesse contexto, o maior vilão das pessoas segue sendo o cartão de crédito. “Quando o cliente faz um compra usando o cartão de crédito e não faz o pagamento total da fatura até o vencimento, a diferença entre o valor total e o que foi efetivamente pago (valor mínimo, por exemplo) se transforma em um empréstimo. Esse empréstimo é chamado de crédito rotativo e possui juros que, geralmente, estão entre os mais altos do mercado”, alerta.
O especialista analisa, que a média de juros do rotativo era de 455% a.a. em 2023, (Banco Central), e em 3 de janeiro de 2024, entraram em vigor, novas regras para o crédito rotativo do cartão de crédito (CMN - Conselho Monetário Nacional). O Mapa do Serasa mostra qu o cartão de crédito representa 27,86% das dívidas no Brasil.
O especialista alerta, que 75% dos brasileiros parcelam suas compras, e o cartão de crédito se tornou uma saída para suprir necessidades básicas, e aí surge o perigo.
“Relacione todas as dívidas e entre em contato com os credores para negociar os pagamentos. Procure feirões que ofereçam descontos de até 99% para renegociar suas dívidas e utilize o 13º salário para amortizar essas pendências. É crucial que o endividado só feche acordos se as condições forem compatíveis com sua realidade financeira. Quebrar o contrato de débito pode levar à perda dos descontos oferecidos, cancelamento da renegociação e retomada de juros”.
Além disso, o professor destaca a importância do autoconhecimento para evitar novas dívidas. Compreender o motivo das compras, evitar compras compulsivas, comparações sociais, materialismo e vulnerabilidade de consumo são fatores cruciais para um melhor controle financeiro. “Para equilibrar a renda, procure destinar 50% para gastos essenciais, como aluguel, alimentação e transporte; 30% para estilo de vida, como academia e lazer; e 20% para pagamento de empréstimos ou investimentos”.
Confira algumas dicas sair do vermelho ainda em 2024:
-Tenha uma planilha de controle de gastos, incluindo despesas fixas mensais e gastos com cartão de débito. |
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