Keillha Israely - Assistente Social Casa Durval Paiva - CRESS/RN 3592
Como é difícil falar sobre a morte e o morrer. Na nossa cultura, a morte ainda é um assunto evitável e até desagradável para alguns, apesar de não podermos evitá-la, pois essa é a única certeza que temos, um dia todos iremos morrer.
A frase: “Quando uma mãe perde um filho, todas sofrem” foi compartilhada por uma mãe nas redes sociais, ao falar sobre a dor de uma amiga, que sofria pela perda do filho. A morte de um filho trata-se de uma dor tão grande, que não podemos mensurar, apenas sentir.
Ao longo dos seis anos de trabalho como assistente social, na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, posso afirmar que já senti e sinto por diversas perdas, além da oportunidade e necessidade de acompanhar as famílias enlutadas.
Nesses momentos, o suporte profissional e da equipe multidisciplinar é fundamental, para ofertarmos o acolhimento e encaminhamentos necessários, nesse momento tão difícil. Mas como fazer nosso trabalho, diante da morte de um paciente querido?
Essa é uma questão que não é tão discutida, não costumamos falar como nós, enquanto profissionais, precisamos lidar com essa dor e atuar de maneira ética e comprometida com o outro. Para além de profissionais, somos seres humanos, mães, filhos, irmãos e não podemos, de forma alguma, negar o quanto nós sentimos e sofremos com essas mortes precoces.
Assim, podemos atestar que, quando uma mãe perde um filho, todas sofrem, todos aqueles que conhecem, conviveram e acompanharam sentem, e o suporte emocional e social é fundamental para o enfrentamento e vivência do luto.
É necessário um suporte e acolhimento para família, assim como, para nós profissionais, pois, também, precisamos aprender a lidar com a morte e com esse luto que é compartilhado.
